Primeiros passos no UX e o desafio inesperado

Primeiro mês sabático finalizado!!

Ana Gouvêa
2 min readJun 23, 2021

Descobrir o que eu quero ser quando crescer me trouxe a sensação de ser catapultada a uma vontade de estudar que há muito tempo não sentia (se é que já senti — risos). Dois cursos iniciados nesse período, mais um que comecei no dia 16 e, ufa, o cérebro vem lidando bem com a enxurrada de informações, revisões, descobertas e alguns sustos pra dar um tempero extra.

Alguns desafios são maiores que outros, e alguns eu já esperava — como o momento de lidar com o desconforto das pessoas quando digo que tenho baixa visão, que sempre ocasiona o momento “gente, tá tudo bem, pra mim é só o normal, sigamos com a reunião”. Pra você que está lendo e ficou desconfortável: sim, tá tudo bem MESMO, faz de conta que eu não falei nada e, quando você menos esperar, vai perceber que realmente tá tudo certo. E não precisa compartilhar a tela no meet, vai falando que meu cérebro já está programado pra converter áudio em imagens. Risos.

O desafio que imaginei menor e me surpreendeu é a falta de acessibilidade de algumas ferramentas para análise, desenvolvimento e criação. O Google Forms, por exemplo, é maravilhosamente acessível para respondermos questionários (olha que bacana esse artigo do Marcelo Sales https://brasil.uxdesign.cc/o-seu-formulario-de-pesquisa-esta-acessivel-para-todas-as-pessoas-19b6461a47f6), mas, euzinha aqui não consigo analisar um gráfico pizza todo colorido e com legenda também colorida; o leitor de tela não vai dizer “67,8% do gráfico está em amarelo, o que corresponde às respostas SIM”. Perceba, o leitor sequer me diz que o SIM está em letras maiúsculas…

Conversando com professores, colegas de cursos e alguns profissionais da área (obrigada, comunidade Ladies That UX) descobri que a diversidade ainda não chegou no nicho do UX — ainda mais se compararmos ao mercado do TI como um todo, onde é comum encontrar cegos, cadeirantes, surdos e demais deficiências sensoriais e físicas. E, mesmo em times diversos, as dificuldades são as mesmas, ou seja: não é uma preocupação para os desenvolvedores dos softwares citados, segue sendo um obstáculo para os profissionais desbravadores.

Resumindo? Se a vida imita a arte, o mercado de trabalho imita a vida.

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Ana Gouvêa
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Written by Ana Gouvêa

Oi tudo certo? Sou essa criatura curiosa, filofóbica e bibliófila, lépida e fagueira pregando a religião da acessibilidade no coraçãozinho de vocês ❤

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